26 de junho de 2007

Pra não dizer que não falei de scrap

Hoje eu li algumas notícias e acho que chegou a hora de soltar os cachorros.

  • O governo quer implantar censura prévia na televisão (ontem o tal Romão, do Ministério da Justiça, foi ao Roda Viva tentar justificar a censura - é a notícia que me leva a publicar esse post). Quando eu digo que estamos lentamente caminhando pra uma ditadura petista, ninguém acredita. O governo alega que está tentando preservar as criancinhas da pornografia e da violência (e com isso consegue seduzir umas ONGs), mas, falando sério: você realmente acha que esse governo se preocupa com as criancinhas? O mesmo governo que quer encher as escolas com máquina de camisinha? O mesmo governo que publicou uma cartilha para os adolescentes relatarem suas "ficadas" e sabe mais Deus o quê? O mesmo governo que quer legalizar o aborto? Que nada. O governo quer a censura (disfarçada de "controle ético") para poder pressionar os canais de televisão. Esperem e verão.

  • O pai de um dos moleques que espancaram a empregada doméstica está indignado, coitado. Diz que não tem culpa e que o filho não merece ficar preso junto com outros bandidos, porque "ele tem caráter". Faça-me o favor... que tipo de caráter é esse? E, se a educação recebida em casa não é tudo (porque gente que recebe educação muito boa dos pais não está isento de virar criminoso), ela influencia muito. Aposto a minha Honey Bee que a maioria desses imbecis recebeu uma "educação" relaxada em casa, do tipo que não está nem aí para o que o filho faz ou com quem anda. Aposto que os pais "ensinaram" a esses moleques que, no fim das contas, como eles têm dinheiro, estão acima de tudo e todos - isso eu concluo do que o próprio pai do delinqüente falou. Pelo contrário, o pai da empregada doméstica deu um show de lucidez. O único lado bom desse episódio todo é mostrar para os sociólogos de botequim que não existe ligação entre pobreza e criminalidade - o sujeito não é crimonoso por ser pobre, é criminoso porque é mau-caráter.

  • Agora que os guevarinhas saíram da reitoria da USP, constatou-se o óbvio: o vandalismo dentro do prédio, inclusive com depredação de equipamento. Eu me formei em jornalismo na USP, e tenho vergonha de ver que estudantes de Comunicação estavam no grosso das "forças de ocupação". A diferença é que, quando eu estava lá, eu acredito ter aproveitado muito bem a chance, adquiri o máximo de conhecimento que pude, freqüentei disciplinas optativas, e agora devolvo isso à sociedade, ainda que não seja a paulista, que sustenta a USP. E essa molecada, em vez de estar estudando e aproveitando uma chance que pouquíssima gente tem, fica invadindo reitoria e gritando palavras de ordem ressuscitadas por algum dinossauro socialista.
    (Editado em 28/6): Nos últimos dias a imprensa noticiou aquilo que eu já imaginava: sumiu coisa da reitoria da USP. E não foi pouca coisa não. Computador, pen-drive, tudo isso os guevarinhas levaram. Se a polícia tiver um mínimo de inteligência, vai procurar no DCE da USP, ou nos diretórios paulistanos do PSTU, PCO e dinossaurices semelhantes. Agora, quem aposta comigo que, apesar do vandalismo e do roubo, nenhum aluno ou servidor da USP será punido? Afinal de contas, nunca na história desse país foi possível aprontar tanto e sair impune. Se vale para deputados federais, senadores, assessores especiais, sem-terra, traficantes e outros, por que não valeria para universitários?
    É nessas horas que dá pra fazer um paralelo: corrupção em altas esferas do governo é coisa de quem não dá a mínima para os recursos públicos - aquilo que pertence a mim, a você, a todos nós. Esses guevarinhas invasores da reitoria são os futuros mensaleiros e sanguessugas da nação. Hoje podem estar no PCO e roubar um pen-drive, mas aos poucos irão migrando para partidos e posições onde puderem roubar mais. É muito simples.

  • Os ministros do Lula e até o vice-presidente instalaram um concurso para ver quem dizia mais bobagem sobre a crise aérea. O José Alencar pede a "nossa ajuda". Quer o que, que eu vá pra frente do radar? O Mantega diz que é o preço da prosperidade (queria saber como ele explica o fato de os aviões levatarem vôo em países muito mais prósperos que o Brasil). A Marta manda relaxar e gozar, não é demitida por causa disso e começa a viajar de avião da FAB para evitar constrangimentos caso tivesse que enfrentar um saguão de aeroporto cheio de gente que estaria fazendo de tudo, menos relaxando e gozando. Quer dizer que a ministra precisa ser protegida da população? Eu achei que era o povo que tinha que ser protegido desses ministros... e aí vem o Lula, num ataque de hipocrisia, "mandando" o coitado do brigadeiro Saito "fazer o que fosse necessário para manter a disciplina militar"... que eu me lembre, foi o próprio Lula que estimulou o desrespeito à hierarquia no fim de março, quando os controladores fizeram greve, o comandante ia lá prender os sargentos amotinados e foi desautorizado pelo presidente...

    (Editado em 28/6)
  • Como eu pude esquecer do Lamarca? Você, scrapper nascida na década de 80, talvez nem saiba quem é Lamarca, a não ser que tenha visto o filme com o Paulo Betti. Carlos Lamarca foi um terrorista de esquerda morto na década de 70 pelo Exército. Era capitão e desertou do quartel levando muita munição para a Vanguarda Popular Revolucionária, um grupo de guevarões que, graças a Deus, não conseguiu o que pretendia (transformar o Brasil numa ditadura comunista). Pois bem, o governo decidiu dar à viúva e aos filhos do Lamarca uma indenização de 300 mil reais por causa do tempo que eles precisaram passar em Cuba (aliás, enquanto a família estava lá, Lamarca se divertia com a Iara Iavelberg). Tem mais: Lamarca foi postumamente promovido a coronel do Exército (vá lá, isso não foi coisa da Comissão de Anistia, e sim da Justiça Federal em 2006), e por isso a família vai receber todo mês o soldo equivalente à patente imediatamente superior, a de general-de-brigada. Uns 12 mil por mês. Peraí: como assim promover o homem a coronel? Ele não desertou? Teoricamente quem deserta não é mais membro da força que abandona... agora, a cereja no sorvete: a família de Lamarca vai ganhar 12 mil por mês (sem precisar pagar imposto). Sabem quanto ganha por mês a família do soldado Mario Kozel Filho (morto quando um outro grupo terrorista encheu um carro de explosivos e jogou contra um quartel paulistano)? Um salário mínimo... e será que as famílias daqueles que Lamarca matou (o guarda civil Orlando Pinto da Silva, o tenente da PM Alberto Mendes Junior e o agente da PF Hélio Carvalho de Araújo) estão recebendo alguma coisa?

    Na boa - se alguém me oferecer uma chance de ir pra Europa, pros Estados Unidos ou pro Canadá, estou topando. Além de lá não haver presidentes limitados intelectualmente, o material de scrap é mais barato.
  • 21 de junho de 2007

    Botando trabalho em dia

    A Esther tinha me tagged (eu acho tão engraçados esses mistos de português e inglês como o típico "me add aí" do Orkut)... são 7 hábitos/fatos sobre minha vida.

    1. Modéstia à parte, eu presenteio muito bem - a Cristina que o diga. Gosto de fazer surpresas, então obviamente não gostei de, no Natal, dar a ela o par de tênis que ela queria, ou quando ela quer saber quanto eu vou gastar no presente. Mas não costumo dar coisas úteis, como roupas. Normalmente são itens de diversão ou inutilidades...

    2. Adoro meu trabalho. Eu particularmente vejo o jornalismo como um modo de levar a verdade às pessoas, e não só ficar naquela insossa apresentação de duas versões sobre um fato e o leitor que se lasque para saber qual a verdade por trás das versões.

    3. Isso é uma vergonha, mas depois que o despertador do celular toca de manhã eu quase sempre programo o bichinho de novo, pra poder dormir mais uns 10 ou 15 minutos.

    4. Sou chegado em uma discussão... especialmente em comunidades do Orkut. Normalmente eu não desisto fácil (só paro quando a outra pessoa desiste; ou se torna repetitiva, mencionando de novo os mesmos argumentos já rebatidos; ou parte pro ataque pessoal), e sou muito, mas muito sarcástico quando quero.

    5. Tenho muitos hobbies e nunca me dedico suficientemente a nenhum deles, a ponto de largar coisas por vários anos (fiquei quase 1 ano e meio sem jogar futebol de botão, e não monto um avião da 1.ª Guerra Mundial desde que me mudei pra Curitiba).

    6. Adoro aprender idiomas. Falo inglês e italiano fluentemente. Entendo espanhol escrito e falado. Sei palavrinhas básicas em esloveno, alemão, finlandês, tcheco, polonês e francês. E fiz dois semestres de latim na faculdade!

    7. Muitos dos livros da minha estante eu ainda não li. Compro porque acho interessante, porque está na promoção, mas sempre aparece outra coisa na frente.

    OK, resolvido.

    Agora, a Lilian Pacheco me disse que o Google sabe do que eu preciso. Fui verificar.

    Márcio precisa de uma caixa com um 1 e um 2 dentro
    (acho que é pra jogar general)

    Márcio precisa dar uns esporros
    (em quem? Mas dar esporro não é bem o meu perfil)

    Márcio precisa portar autorização escrita, assinada pelos dois pais da criança e com firmas reconhecidas em cartório.
    (bom, realmente estou precisando de um documento novo, mas é a carta de motorista que venceu)

    Marcio precisa saber dessa criatura.
    (ok, então conta!)

    Márcio precisa se aprimorar e não pode só ficar aqui, treinando do mesmo jeito sempre.
    (isso me parece um conselho para usar no futebol de botão)

    OK, vou recolher esses conselhos e ver como usá-los na minha vida.

    19 de junho de 2007

    Novo projetinho - bem modesto e de longo prazo

    Bom, outro dia na Chris & Cris eu vi isso aqui embaixo: um passaportezinho da EK:



    É um livrinho mesmo, quase do tamanho de um passaporte padrão, com umas 16 páginas.

    Gostei e comprei dois, um verde e um meio marrom, meio vermelho. Um deles (acho que o verde) servirá para um projetinho simples, mas interessante: registrar a minha candidatura a voluntário para os Jogos Olímpicos de Inverno em 2010 (Vancouver, Canadá). Tem bastante espaço, dá para fazer várias micro-páginas com coisas do tipo levantamento de recursos, contagem das milhas necessárias pra conseguir a passagem de graça, e mais pra frente informações sobre o processo de voluntariado propriamente dito (ainda não abriram inscrições).

    Por enquanto o passaportezinho ficará solto por aí no meio das minhas coisas. Não sei se era essa a intenção de quem o inventou, já que a embalagem diz que ele pode enfeitar projetos. Tudo bem - quando eu voltar da olimpíada, poderei colar o passaportezinho no futuro álbum olímpico II (credo, eu nem terminei o de 2006 e já estou pensando no de 2010...).

    18 de junho de 2007

    Agora sim, posso voltar a escrever!

    Caros (e bem poucos) leitores e leitoras,

    sim, eu sumi do blog, mas tem explicação. Desde o meio de abril eu comecei a trabalhar freneticamente num projeto de scrap que não podia vazar - nem no blog, nem no Scrapbook Brasil: o álbum da Cristina.

    Basicamente é um álbum que conta nosso primeiro ano de namoro. Comprei um álbum com 20 envelopes plásticos, o que dava para 40 páginas. No fim, o álbum ficou com 38, mais a capa. O projeto nasceu um pouco depois que começamos a namorar, mas eu ia fazendo as páginas em um ritmo muito, mas muito lento - ou seja, sobrou muita coisa pra ser feita depois que voltei das nossas férias de março/abril. E lá fui eu; o cronograma previa que eu desse o álbum de presente no nosso aniversário de namoro, em 27 de maio, mas não deu tempo de terminar; então adiei a entrega pro dia dos namorados, quer dizer, para o dia 15, já que 12 caiu numa terça e estávamos longe, eu em Curitiba, ela em Blumenau. Para vocês terem uma idéia, os últimos retoques no álbum foram feitos na tarde do dia 15 mesmo! E ainda tem uma ou outra coisinha que vou querer aperfeiçoar.

    Então está explicado: como a minha atividade de scrap nessas semanas se resumiu ao álbum da Cristina, claro que eu não podia colocar aqui nenhuma novidade de scrap... do contrário ela poderia ficar sabendo!

    Ah, sim: o álbum ficou lindo, na minha modesta opinião! Algumas páginas em especial são meu orgulho... ou pelo visual, ou pelo journaling, ou por outros lances de criatividade - porque técnica mesmo, não tem nada de especial, de mais diferente só tem um shaker box gigante, o resto é papel, cola e fitas adesivas. E muito ilhós, para meu desespero - ilhoses não são meus amigos, por mais que eu tente, nunca consigo fazer o papel vegetal (ou transparência) ficar esticadinho...

    Já ouço o coro: "queremos ver!" - vocês verão sim, mas ainda vai demorar uma semaninha. A explicação? Veja abaixo:

    Câmera digital, a novela: update

    Então, lembram que eu estava procurando uma boa câmera digital? Lembram daquelas opções que coloquei no blog? Pois é, não levei nenhuma delas. Quem venceu a concorrência foi a sugestão da Erica Alem, a Sony DSC-H2.



    Cheguei a essa conclusão depois de visitar sites de fotografia que eu recomendo a todo mundo que esteja procurando uma câmera digital: o Steve's Digicams, o DPReview, e o DigiForum. Os dois primeiros são sites de reviews: análises das câmeras. Basicamente, os caras pegam a câmera e tiram foto em todas as circunstâncias possíveis (de perto, de longe, com muita luz, com pouca luz etc.) e publicam os resultados. O terceiro é um grande fórum brasileiro de fotografia (mas o Steve's e o DPReview também têm fórum). Outra fonte valiosa foi o Socó, um dos fotógrafos aqui da Gazeta do Povo.

    Depois da decisão, a aquisição... tentei, tentei mas não consegui ninguém que me trouxesse a câmera dos Estados Unidos. Aí resolvi me conformar com os preços locais. Morando no Paraná, o Paraguai virou uma opção. Os preços eram bons, mas o problema era de confiança mesmo: e se a máquina fosse recondicionada? E a garantia? E a nota fiscal? Também tinha duas ofertas de câmeras usadas aqui no Brasil, de pessoas confiáveis. Mas no fim acabei levando em conta que tenho restituição do Imposto de Renda e decidi pela opção mais cara: comprar numa loja brasileira estabelecida. Pago mais, mas tenho um ano de garantia da própria Sony, nota fiscal, tudo direitinho. Pode ser um gasto desnecessário? Talvez, mas como é a minha primeira digital, melhor estar coberto e errar por excesso de cautela - uma precaução que aprendi com meu pai.

    Bom, os cartões de memória, pilhas extras, tripé e bolsa já estão em casa. Só falta a câmera, que comprei na BeePhoto - a loja é boa, só falhou ao não me avisar imediatamente que a máquina não estava no estoque e só chegaria dois dias depois. Mandaram na sexta, será que terei uma surpresa ao chegar em casa hoje?