18 de julho de 2007

A culpa é toda sua, presidente covarde!

Nunca na história dessa república morreu tanta gente voando como nesses dez meses. E agora querem fazer a gente acreditar que a culpa foi toda do piloto.

Enquanto isso, Lula cancelou os compromissos. Vai operar um olho, é a versão oficial. Pelo jeito, foi pra isso que o presidente convocou reunião do "gabinete de crise" ontem à noite - para inventar uma boa justificativa para sua covardia. Depois da vaia do Maracanã (que deixou o presidente tristinho, coitado), ele precisava de algum motivo muito bom para não viajar a São Paulo e ao Sul do Brasil (ocasiões nas quais, inevitavelmente, acabaria confrontado pela população). E achou um bom motivo. De fato, esse presidente não enxerga um palmo à frente do nariz.

O presidente Lula é um grande covarde. De marca maior. Antes mesmo do acidente, já havia anunciado que não iria ao encerramento do Pan. O governo disse que não era por causa da vaia na abertura. Mas também não disse qual era, então, o motivo. É que não tem motivo. O presidente é um covarde imbecil.

Quantos meses de crise aérea nós temos? E quem foi demitido nesse tempo todo? Os responsáveis pela Anac e pela Infraero continuam lá. O ministro da Defesa continua lá. A ministra do Turismo continua lá depois do "relaxa e goza", e o da Fazenda também, depois do "isso é conseqüência da prosperidade do país". Ninguém pagou pela própria incompetência - esse, sim, podem relaxar e gozar, porque sabem que continuarão com seus cargos, não importa as burradas que cometam.

Para um petista, tudo que dá errado no governo Lula é sempre culpa dos outros: do piloto, dos americanos, do FMI, da herança maldita, dos sargentos insubordinados... e a petralhada (expressão que empresto do Reinaldo Azevedo, um dos poucos lugares onde posso ler análises equilibradas não só do acidente, mas de todo esse descalabro que é o governo petista) começa o abafa: estão dizendo que pode ter sido qualquer coisa, menos a pista-sabão reaberta antes do fim das reformas; já repararam que até agora não sabemos o nome da mente brilhante que determinou a reabertura da pista? Tentaram até fazer a gente acreditar que o piloto tocou a pista depois da área adequada, quando os dados mostram o contrário. Esse é o governo da mentira.

A vaia ao presidente no Pan foi um momento em que me senti de alma lavada. Mas pelo jeito não foi suficiente. O que eu realmente gostaria? Que, quando o presidente for fazer a tal cirurgia de terçol, seja atendido por um médico parente ou amigo de algum dos passageiros do Airbus da TAM. Aí quem sabe se fará alguma justiça nesse país.